O recente episódio do desaparecimento de Elisa Samudio, envolvendo o goleiro Bruno do Flamengo, revela um quadro que vai além de um crime bárbaro e que revolta a todos. Não é motivação do crime que me intriga, mas a rede de cumplicidade que se constituiu ao redor do atleta.
Isso demonstra que a juventude precisa de ídolos e que a influência e poder que eles exercem sobre essa chamada “consciência coletiva” é enorme, assim, precisamos estimular o surgimento de ídolos verdadeiros, com valores positivos, com história de vida saudável e que sejam referências para o estímulo às vocações e para fomento de sonhos e projetos de futuro.
Nossa juventude está perdendo a capacidade de sonhar. A sociedade materialista, consumista e hedonista está roubando esse direito dela. As drogas se tornam a cada dia uma ameaça poderosa.
Não conheço a história de vida do Bruno, mas sua ascensão através do esporte é modelo para outros jovens, porém, pelo pouco que li a respeito, faltava a ele as bases de uma educação de valores.
A copa do mundo de 2010 foi utilizada pela mídia para vender de tudo, inclusive cerveja, usando imagens de ídolos do esportel para conquistar o público apaixonado pelo futebol, associando a capacidade de vencer, de ser guerreiro ao ato de beber, como se isso fosse modelo para o sucesso.
E exploração feita à possível nudez de Larissa Riquelme, caso a Argentina fosse campeã, é outro exemplo de exploração da sexualidade como produto de marketing.
Sei que grande parte nossos jovens tem cabeça feita e não se deixa levar por esses estímulos enganadores, mas sei, também, - e as estatísticas comprovam - que uma legião de jovens se deixa influenciar pela mídia e pelo padrão de comportamento veiculado na telinha.
Por isso defendo a educação de valores, algo que tem como referência os princípios e diretrizes da Agenda 21 para o desenvolvimento da consciência ambiental. O educador Paulo Freire nos ensina muitos caminhos para uma revolução nas bases do ensino e se aproveitarmos a força da mensagem das religiões, teremos elementos suficientes para oferecer novas possibilidades para a formação das futuras gerações.
Se quisermos deixar para nossos filhos uma sociedade e um planeta, no mínimo igual ao que recebemos de nossos pais, devemos rever nosso estilo de vida e nos esforçar para recuperar os valores éticos e Cristãos na educação de nossas crianças e jovens, mas para que isso aconteça, precisamos ser a referência e o modelo através de nosso comportamento.
É isso aí.
Luiz Carlos Rossini é administrador, casado, pai de dois filhos, membro da Pastoral da Sobriedade e Vice Presidente da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas e da Associação Terapêutica Cristã. É candidato a Deputado Estadual pelo Partido Verde de São Paulo.